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Geral Sábado, 28 de Junho de 2025, 21:45 - A | A

Sábado, 28 de Junho de 2025, 21h:45 - A | A

FEMINICÍDIO

Mato Grosso registra mais de 25 casos de feminicídio no primeiro semestre de 2025

Por g1 MT

O estado de Mato Grosso enfrenta um cenário alarmante de violência contra a mulher. De janeiro a junho deste ano, foram registrados 27 casos de feminicídio, conforme dados divulgados nesta sexta-feira (28), refletindo um aumento significativo em relação ao mesmo período do ano passado.

Esse número representa uma média de quase uma mulher morta por semana em crimes motivados por gênero, caracterizados por agressões extremas, perseguições, ameaças e, em muitos casos, pela recusa das vítimas em manter relacionamentos com os agressores. Em semanas críticas, chegaram a ser registrados até cinco feminicídios em apenas sete dias.

O crime de feminicídio é tipificado no Brasil desde 2015, por meio da Lei 13.104, e prevê penas de 12 a 30 anos de prisão. Apesar do endurecimento das leis, especialistas alertam que apenas a punição não tem sido suficiente para conter a escalada da violência. A falta de estrutura para atender as vítimas, a dificuldade em aplicar medidas protetivas de forma ágil e eficaz, além de fatores culturais como o machismo estrutural, ainda são obstáculos para o enfrentamento desse tipo de crime.

Em Mato Grosso, programas de apoio às vítimas estão sendo fortalecidos. Um dos destaques é o programa SER Família Mulher, coordenado pela primeira-dama Virginia Mendes, que oferece auxílio-moradia no valor de R$ 600 a mulheres que saem de relações violentas, além de capacitação de servidores públicos e forças de segurança para o acolhimento humanizado e especializado.

Organizações sociais, movimentos feministas e autoridades vêm intensificando ações de conscientização por meio de campanhas educativas, palestras em escolas, e distribuição de informações sobre a rede de apoio. As delegacias especializadas de atendimento à mulher (DEAMs) e os centros de referência têm desempenhado papel fundamental no atendimento às vítimas e no encaminhamento para medidas protetivas.

Segundo especialistas, o enfrentamento ao feminicídio exige um esforço conjunto de diversos setores da sociedade. Dentre as estratégias apontadas como prioritárias estão: a integração entre as áreas de segurança pública, saúde, assistência social e educação; o fortalecimento da rede de apoio à mulher; o acesso mais rápido às medidas protetivas; e investimentos em educação de base para desconstrução da cultura machista.

Enquanto o segundo semestre se inicia, cresce a cobrança por ações mais efetivas para conter o avanço dessa violência. A expectativa é que o poder público mantenha o foco em políticas públicas de proteção, prevenção e acolhimento às vítimas, garantindo segurança e dignidade para as mulheres de Mato Grosso.

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