Uma mulher foi morta a tiros na noite de terça-feira (24), dentro de casa, na comunidade rural do Ranchão, em Nova Mutum (MT). A vítima, identificada como Roseni da Silva Karnoski, de 52 anos, chegou a ser socorrida com vida, mas não resistiu aos ferimentos. O principal suspeito do crime é o próprio marido, um homem de 55 anos, que agora responderá por feminicídio.
Inicialmente, o caso foi relatado como um acidente doméstico com arma de fogo. Segundo informações preliminares, o homem estaria manuseando uma espingarda calibre .12 quando o disparo atingiu a mulher no tórax. No entanto, após análise técnica e depoimentos, a Polícia Civil descartou a possibilidade de disparo acidental.
O delegado Jean Paulo Nascimento, responsável pelo caso, revelou em entrevista coletiva que a investigação tomou outro rumo após surgirem evidências que apontam para um ato intencional. Segundo ele, o histórico do casal incluía episódios anteriores de violência doméstica.
Um desses episódios ocorreu em 2021, quando Roseni denunciou o marido por ter disparado uma arma dentro de casa durante uma discussão. O motivo? Ele não teria aceitado a decisão da esposa de tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Roseni e o suspeito estavam juntos havia cerca de 40 anos e viviam há quase três décadas na zona rural do município. A tragédia provocou forte comoção entre moradores e familiares, reacendendo discussões sobre a vulnerabilidade das mulheres que vivem em áreas rurais, onde o acesso à proteção e a serviços de apoio costuma ser limitado.
Após o disparo, vizinhos acionaram o socorro e encontraram o casal a caminho do hospital em um veículo particular. Ela foi transferida para uma ambulância e levada ao Hospital Regional Hilda Strenger Ribeiro, mas não resistiu.
O homem permanece sob custódia e será apresentado ao Judiciário nas próximas horas.
A Polícia Civil aguarda a conclusão de laudos periciais que devem reforçar o inquérito.
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