O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mostrou o que ele vem chamando de 'cartão dourado'. Essa espécie de ticket dá direito à cidadania nos Estados Unidos para empresários pagando o valor de US$ 5 milhões (cerca de R$ 28 milhões).
O cartão, como pode ser visto na foto acima, mostra a cara do republicano e é todo dourado, conforme diz o nome.
A revelação foi feita a bordo da Força Aérea Um.
'Se chama o Cartão Trump. O Cartão Dourado', disse aos repórteres.
Segundo Trump, ele foi o comprador do primeiro cartão e que ele estaria disponibilizado para o público em geral em menos de duas semanas.
A proposta do cartão dourado foi revelada pelo presidente americana ainda no início do mandato. Ela é uma espécie de medida conjunta às políticas anti-imigração do governo, com medidas mais duras para as fronteiras e expulsão de imigrantes ilegais do país em grande quantidade.
Além disso, o acesso aos EUA também tem sido dificultado.
'Eles serão ricos e bem-sucedidos, gastarão muito dinheiro, pagarão muitos impostos e empregarão muitas pessoas, e achamos que serão extremamente bem-sucedidos', afirmou Trump em fevereiro ao comentar da medida, dizendo que seria usada por empresários.
O secretário de Comércio, Howard Lutnick, comentou anteriormente que o 'cartão dourado' substituiria o EB-5, visto disponível para investidores.
Reação após bolsas despencarem
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que tudo está indo muito bem após o anúncio do 'tarifaço'. A declaração foi dada mesmo após as bolsas de Nova Iorque registrarem o pior dia desde 2020.
Trump também disse estar aberto a negociar se os países oferecerem algo "fenomenal". No caso da China, por exemplo, ele citou a venda do aplicativo TikTok como possibilidade.
Segundo o jornal Washington Post, porém, instruções internas da Casa Branca indicam que a possibilidade de negociações não deve ser considerada.
Impacto global
A nova fase da guerra comercial promovida pelo presidente americano Donald Trump abalou os mercados financeiros globais nesta quinta-feira (3).
Nos Estados Unidos, as bolsas fecharam em queda acentuada. O índice Nasdaq, com forte presença de empresas de tecnologia, caiu cerca de 6%. Em relação ao pico de meados de fevereiro, as perdas são de cerca de 17%, com Apple, Google e Nvidia despencando.
O S&P 500 teve a maior queda desde 2020, de 4,8%, enquanto o Dow Jones, com as indústrias, caiu quase 4%.
O dia também foi marcado por uma queda global no dólar. No Brasil, a moeda fechou o dia negociada a R$ 5,62, menor valor do ano até agora. O Ibovespa encerrou em leve queda, de 0,04%, aos 131.141 pontos.
O Brasil ficou com a tarifa mínima, de 10%. Nesta quinta-feira, a Embaixada dos Estados Unidos divulgou um comunicado em português, atribuído à Casa Branca, citando o Brasil entre países que "sufocam" parte da economia americana, e dizendo que Trump não permitirá que o país seja "explorado".
Líderes mundiais reagem
Líderes mundiais reagiram ao anúncio feito na quarta-feira. A presidente do Poder Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, disse que vai tentar negociar. Se não for possível, o bloco, que terá os produtos tarifados em 20%, prepara uma resposta.
'É um duro golpe à economia mundial. Lamento profundamente essa escolha. Teremos uma espiral de incertezas. As consequências serão duras para milhões de pessoas ao redor do mundo, inclusive para os países mais vulneráveis, que estão sujeitos a algumas das maiores tarifas americanas'.
O porta-voz da chancelaria chinesa fez o mesmo apelo.
'A China pede que os Estados Unidos corrijam suas práticas erradas e negociem com países ao redor do mundo para resolver as diferenças comerciais de maneira igualitária, respeitosa e mutuamente benéfica'.