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Agronegócio Sexta-feira, 30 de Maio de 2025, 14:06 - A | A

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Certificação Sanitária

Certificação sanitária será entregue na próxima semana de forma oficial do governo brasileiro

Mato Grosso, detentor do maior rebanho do país, celebra conquista histórica em Paris com reconhecimento de área livre de febre aftosa sem vacinação

Matogrosso economico

O Brasil acaba de conquistar um marco histórico para sua pecuária: o reconhecimento internacional como país livre de febre aftosa sem vacinação. 

A decisão foi anunciada ontem (29), durante a 92ª Assembleia da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), em Paris, e representa um avanço estratégico na valorização da carne brasileira no mercado global.

A entrega oficial do certificado será realizada na próxima semana, 4 de junho, em Paris, pela presidente da OMSA, Emmanuelle Soubeyran, ao governo brasileiro. O documento será um símbolo do esforço conjunto entre setor público e privado para elevar ainda mais o padrão da produção animal brasileira.

Com um rebanho de aproximadamente 32 milhões de cabeças de gado, Mato Grosso tem papel protagonista nessa conquista. O estado seguiu rigorosamente todas as diretrizes do Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEF certificação, concedida pela OMSA), contribuindo com um sistema robusto de vigilância, controle e compromisso dos produtores rurais. A reconhece não apenas o fim da vacinação contra a doença,

mas também a competência técnica e a responsabilidade coletiva dos envolvidos na cadeia produtiva.

Para o presidente da Famato, Vilmondes Tomain, o reconhecimento é motivo de orgulho para o agro brasileiro.  “Estamos vivendo um momento histórico. A sanidade do nosso rebanho é resultado de décadas de trabalho sério, do comprometimento dos pecuaristas, das federações, dos sindicatos rurais e de todos que integram o setor produtivo. Esse novo status coloca o Brasil em outro patamar e abre as portas para mercados mais exigentes

e valorizados. Mato Grosso fez a lição de casa e hoje colhe os frutos dessa confiança internacional”, destacou Tomain.

O processo de retirada da vacinação, iniciado há mais de 10 anos, contou com a participação ativa das entidades representativas, técnicos e produtores. Em Mato Grosso, a equipe gestora do PNEFA trabalhou de forma integrada e estratégica, garantindo o cumprimento de todos os critérios estabelecidos pela OMSA, inclusive a realização de estudos soroepidemiológicos que comprovaram a ausência de circulação do vírus no território.

O vice-presidente da Famato, Amarildo Merotti, reforçou a importância dessa vitória coletiva. “É uma conquista de todos: produtores, técnicos, colaboradores, veterinários e instituições. Mato Grosso mostrou mais uma vez sua força e responsabilidade com a sanidade animal.

Essa certificação é um passaporte para a pecuária do futuro – mais competitiva, valorizada e reconhecida mundialmente. Seguiremos vigilantes, atentos e comprometidos com a qualidade e a segurança dos nossos produtos”, afirmo.

Mais de 244 milhões de bovinos e bubalinos em cerca de 3,2 milhões de propriedades em todo o Brasil deixaram de ser vacinados contra a febre aftosa. A última ocorrência da doença foi registrada em 2006. Desde então, o país avançou gradualmente na formação de zonas livres, até alcançar o reconhecimento total agora concedido.

Apesar da suspensão da vacinação, o Brasil manterá rígidas ações de vigilância sanitária. Para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), os pecuaristas continuam sendo peças-chave no processo de monitoramento e devem seguir atentos às orientações do Serviço Veterinário Oficial (SVO).

Com o novo status, o Brasil espera conquistar o acesso a mercados premium como Japão e Coreia do Sul, agregando valor à produção e ampliando a presença da carne brasileira no cenário internacional.

“Mais do que um certificado, é o reconhecimento da excelência do nosso agro. É a vitória da competência, da união e da persistência dos nossos produtores. E essa história ainda está só começando”, finalizou Vilmondes Tomain.

Também presente à solenidade de ontem, o presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat),Oswaldo Pereira Ribeiro Júnior, lembrou que o Estado já possuía uma pequena área com status sanitário semelhante, na região noroeste do Estado. “Com o novo reconhecimento, todo o território estadual agora integra oficialmente a zona livre sem vacinação, o que exige vigilância ainda mais rigorosa para manter esse nível de segurança sanitária”.

A última ocorrência de febre aftosa em Mato Grosso foi registrada em 1996. Desde então, o Estado estruturou campanhas de vacinação, ampliou sua rede de defesa agropecuária e fortaleceu parcerias institucionais, com destaque para a criação de fundos como o FESA-MT, que apoiam financeiramente as ações sanitárias.

“A Acrimat reforça seu compromisso com o fortalecimento da pecuária mato-grossense e seguirá atuando ao lado dos produtores e das autoridades sanitárias para garantir a manutenção do status sanitário conquistado, contribuindo com a defesa do rebanho e com a competitividade do setor”, concluiu.

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