A confirmação do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial no Brasil, registrado no último dia 16 em Montenegro (RS), acendeu o alerta no agronegócio nacional. Nove países — incluindo grandes parceiros como União Europeia, China, Argentina, Chile, Coreia do Sul, México, Uruguai, Canadá e África do Sul — suspenderam as importações de carne de aves e subprodutos brasileiros. Juntos, esses mercados representam 37% das exportações da avicultura nacional, que arrecadou cerca de US$ 1 bilhão entre janeiro e abril deste ano.
O impacto imediato sobre o setor é significativo e levanta preocupações no campo e na indústria. O Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, pode sofrer prejuízos expressivos caso a suspensão se prolongue. As medidas já afetam diretamente a cadeia produtiva: desde integradoras e cooperativas, até pequenos e médios produtores rurais.
A partir da confirmação do caso, entram em vigor protocolos sanitários e comerciais rigorosos, tanto em operações internas quanto nas relações com países importadores. O governo federal atua para controlar a situação e retomar a confiança internacional.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que, caso não haja novos registros, o Brasil poderá ser declarado livre da gripe aviária em até 28 dias, conforme os protocolos internacionais. “Se em 28 dias não houver nenhum outro caso confirmado, poderemos, com base na ciência, afirmar que o país está livre da gripe aviária em todo o território nacional”, disse.
Enquanto isso, o Ministério da Agricultura e Pecuária realiza um trabalho intensivo de vigilância, com mais de 3.900 investigações ativas por suspeitas de síndromes respiratórias e neurológicas em aves.
O surto de gripe aviária não é isolado: em 2025, a América viu quase dobrar os casos da doença. Entre 1º de janeiro e 16 de maio, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) contabilizou 406 registros — um aumento de 58% em relação ao mesmo período de 2024. Os casos envolvem aves e mamíferos, tanto selvagens quanto domésticos, e foram identificados em sete países do continente, incluindo o Brasil.
Apesar do impacto no agro e no comércio exterior, a Organização Mundial da Saúde considera o risco à saúde pública global como baixo.
O agronegócio brasileiro, especialmente o setor avícola, segue mobilizado para conter os danos, retomar a confiança dos mercados internacionais e evitar que essa crise sanitária se transforme em um prejuízo prolongado.
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