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Política Sexta-feira, 13 de Junho de 2025, 14:51 - A | A

Sexta-feira, 13 de Junho de 2025, 14h:51 - A | A

Segurança Publica

Lideranças recorrem à ALMT por reestruturação das carreiras de policiais e bombeiros em MT

O encontro teve como foco principal a correção de distorções salariais, a melhoria das condições de trabalho e a saúde mental dos militares, que enfrentam jornadas exaustivas e salários defasados há mais de uma década.

Itamara Figueiredo/SecomAL

Representantes das forças de segurança pública e lideranças políticas de todo o estado se reuniram na noite desta quarta-feira (11) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) para debater a reestruturação e valorização das carreiras da Polícia Militar (PMMT) e do Corpo de Bombeiros Militar (BMMT). A audiência pública, realizada no Plenário das Deliberações René Barbour, foi proposta pelos deputados Eduardo Botelho (União), Elizeu Nascimento (PL) e Janaina Riva (MDB).

O encontro teve como foco principal a correção de distorções salariais, a melhoria das condições de trabalho e a saúde mental dos militares, que enfrentam jornadas exaustivas e salários defasados há mais de uma década.

A deputada Janaina Riva destacou a gravidade da situação, denunciando casos de depressão e suicídio entre militares. Ela criticou a sobrecarga imposta pelas escalas extraordinárias do Programa Tolerância Zero, que elevam a carga horária de 195 para até 390 horas mensais, sem reflexo proporcional nos salários. Para a parlamentar, é urgente transformar as escalas extras em parte do subsídio real, além de implantar avaliações psicológicas periódicas para prevenir o adoecimento da tropa.

“A valorização é uma questão de justiça. Aqueles que nos protegem também precisam ser protegidos”, afirmou Janaina.

O deputado Elizeu Nascimento reforçou o pedido de isonomia salarial entre os cargos das forças de segurança, lembrando que um subtenente da PM recebe hoje menos que um servidor em início de carreira na Polícia Penal. Ele defendeu a equiparação entre subtenente e investigador da Polícia Civil, com base em 50% do soldo de coronel, e criticou o congelamento dos salários desde 2014.

“O superendividamento dos militares é reflexo direto dessa desvalorização. Isso precisa mudar”, destacou Elizeu.

Elizeu também anunciou que o comandante do Corpo de Bombeiros, Flávio Glêdson Vieira Bezerra, será convidado a prestar esclarecimentos sobre denúncias de cerceamento a servidores que tentaram participar da audiência.

O evento contou com a participação do vereador Horácio Pereira (Republicanos), de Tangará da Serra, que relatou a mobilização regional em prol da categoria e criticou o fato de os militares não poderem se manifestar diretamente.

“Eles não podem gritar. Nós, vereadores, estamos aqui por eles”, afirmou.

Associações de classe também marcaram presença e defenderam a abertura de uma mesa de negociação com o governo estadual, com a possibilidade de aplicar a equiparação salarial em etapas, ao longo de cinco anos.

O presidente da Associação dos Oficiais, coronel Marcos Sovinski, alertou que os avanços econômicos do estado não têm refletido nas condições de trabalho das forças de segurança.

“O que buscamos é valorização e reestruturação. Isso é essencial para manter os policiais motivados no combate ao crime”, disse.

Ao final da audiência, foi anunciada a formação de uma comissão com representantes das associações e da Comissão de Segurança Pública da ALMT para atualizar a tabela salarial da categoria e negociar com o governo uma política efetiva de valorização das forças militares do estado.

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