A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, nesta segunda-feira (9), uma operação contra um grupo criminoso acusado de explorar jogos de azar online, utilizando influenciadores digitais como ferramenta de promoção. O esquema, centrado na divulgação do chamado “Jogo do Tigrinho”, operava por meio de lançamentos diários de novas plataformas ilegais de apostas e movimentava altos valores com indícios de lavagem de dinheiro e outras fraudes.
Influência e engano digital
As investigações apontaram que o grupo, sediado em Cáceres (a 220 km de Cuiabá), usava influenciadores digitais com milhares de seguidores para promover os sites de apostas. Nos vídeos publicados nas redes sociais, os influenciadores simulavam ganhos expressivos em poucos segundos, utilizando apostas de baixo valor — prática que, segundo a polícia, era usada para atrair apostadores de forma enganosa.
Aliciamento de pessoas vulneráveis
Para alimentar o sistema criminoso, a organização comprava CPFs de pessoas em situação de vulnerabilidade social, oferecendo valores entre R$ 50 e R$ 100. Com esses dados, abriam contas bancárias digitais e as utilizavam tanto para movimentar o dinheiro das apostas quanto para ocultar a identidade dos verdadeiros beneficiários.
“A utilização de terceiros permitia aos criminosos camuflar a origem dos recursos, dificultando o rastreamento pelas autoridades e facilitando a lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada”, explicou um dos delegados responsáveis pela investigação.
Vida de luxo e ostentação
De acordo com a polícia, os envolvidos apresentaram um aumento expressivo de patrimônio nos últimos meses. Foram identificadas aquisições de veículos de luxo, imóveis, moto aquática, joias e viagens para destinos turísticos nacionais e internacionais.
“O padrão de vida dos investigados não condizia com os rendimentos declarados. Isso chamou a atenção e reforçou os indícios de crimes financeiros graves”, afirmou a autoridade policial.
Medidas judiciais
Na operação, foram cumpridas 21 ordens judiciais, incluindo:
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4 mandados de prisão
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5 mandados de busca e apreensão
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Sequestro de bens móveis e imóveis
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Quebra de sigilo bancário e telefônico
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Suspensão das atividades econômicas das empresas envolvidas no esquema
A Polícia Civil ainda não divulgou os nomes dos influenciadores investigados, mas informou que eles serão ouvidos nos próximos dias. O caso segue em investigação para identificar possíveis ramificações em outros estados.
